A bola pune: história de um quase jogador


Anderson Cordeiro, 22, é um cascavelense morador de Anahy “desde sempre”. Canhoto, desde pequeno desenvolveu a paixão pelo futebol - aspirando a ser um grande jogador - como quase todo garoto da mesma idade.

São Paulino, sempre jogou como goleiro, mas tinha habilidade para jogar na linha. Há doze anos, quando estava com dez anos, teve a oportunidade de participar de sua primeira peneira, em Caxias do Sul, no Juventude:


 
















“Fiz o teste para goleiro. Foram três dias. O problema é que eles tinham muitos goleiros da mesma idade, e em um bate bola o professor notou que eu tinha um pouco de habilidade e pediu se eu queria jogar na linha. Eu falei que sim’’. Anderson começou a jogar como lateral direito, mas segundo ele, o treinador da peneira percebeu que ele avançava demais e o colocou como segundo volante. Logo depois mudou para primeiro volante. E foi ali que ele se achou.


Uma semana depois o Juventude entrou em contato com sua família, o convidando para entrar no clube: “Eles mandaram as passagens, mas como era muito novo, decidi não ir”. Foi-se a primeira oportunidade de Anderson. O garoto não desanimou e continuou a fazer o que gostava, jogando por campeonatos locais e amadores, pelo Anahy Sport Club.


Pouco tempo depois, com seus quinze anos, surgiu a oportunidade de participar de um teste realizado em Assis Chauteabriand, mas promovido pelo Grêmio de Porto Alegre. Foi aprovado jogando como primeiro volante. Quinze dias depois, os selecionados deveriam se apresentar na capital gaúcha. E essa foi a segunda chance de Anderson. Em suas partidas pelo certame local, acabou machucando o joelho esquerdo – o que descobriria posteriormente ser um problema nos ligamentos cruzados. Três meses parado e a chance de iniciar sua carreira no futebol se esvaiu por um, ou alguns ligamentos.


Depois do período “de molho”, Anderson desanimou. Depois de um tempo voltou a jogar em alguns campeonatos amadores, mas agora como goleiro no Futsal.


Em 2011,o brasileirinho ficou sabendo de uma caravana com destino a capital do Estado, Curitiba, para participar de uma peneira no Paraná Clube. Foi convidado a participar e acabou indo, mas “sem pretensões”. Chegando lá, avisou ao treinador que não conseguiria jogar muito tempo, pois estava fora de forma. Começou o coletivo na sua posição tradicional. Durante o jogo, o professor pediu pra eu jogar como armador, com a 10. Fiz duas assistências. Na hora que bati uma falta senti o joelho, contou Anderson.


Os médicos do clube o examinaram e detectaram aquele velho problema, nos ligamentos do joelho esquerdo. Mesmo sabendo da lesão, a comissão técnica do Paraná Clube queria contar com o jogador, mas para isso ele teria que se operar e após a cirurgia voltar a fazer um novo teste. O time não queria arcar com as despesas sem saber se o jogador iria “vingar”. O fator idade também pesou, pois Anderson já estava com 22 anos.


Essa foi a gota d’água para encerrar a carreira. Apesar dos sucessivos infortúnios, Anderson não se considera um desiludido: “Tem um ditado do futebol que resume bem a situação. A bola pune. Quando eu pude ir não fui. Eu poderia ter tentado, mas não fico triste.”


Hoje, o aspirante a atleta é dono de um Lava-Car na sua cidade. Começou a fazer a faculdade de Jornalismo na FAG em 2010. Deve trancar o curso por motivos particulares, mas quer voltar o quanto antes. “Jornalismo é uma paixão”, finaliza.


Ficha Técnica:


Nome: Anderson Cordeiro

Posição: 1º volante
Ídolo: Rivaldo
Ídolo na sua posição: Julio Baptista (quando jogava no São Paulo)
Estilo de jogo parecido com o Hernanes (Lazio) e Paulinho (Corinthians)
Qualidade: Marcação forte e bom passe;
Defeito: “Às vezes esqueço de voltar. Gosto de subir”.

Pedro Sarolli


DISCUSSION 1 Comment

One Response to : A bola pune: história de um quase jogador

  1. Bom texto, boa materia. Curti!

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