Partidos políticos devem dinheiro para a União
Desde
terça-feira (27) o Brasil possui 28 partidos políticos. Isso por que oTribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o registro nacional do Partido
Social Democrático (PSD), fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab. Contudo, além da “nova concorrência”, os partidos precisam ter
outra preocupação para as eleições do ano que vem.
Segundo levantamento feito pelo Contas Abertas, doze
partidos políticos devem dinheiro para a União (Executivo, Legislativo e
Judiciário). A pesquisa foi realizada no dia 21 de setembro, às 9h35,
no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público
Federal (Cadin) e apontou ainda que o Partido Popular Socialista (PPS) e
o Partido dos Trabalhadores (PT) possuem duas pendências.
O
Partido da Causa Operária (PCO), Partido Democrático Trabalhista (PDT),
Partido Progressista (PP), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido
Social da Democracia Brasileira (PSDB), Partido Socialismo e Liberdade
(Psol), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Trabalhista do
Brasil (PT do B), Partido Trabalhista Nacional (PTN), e o Partido Verde
(PV), são as siglas que possuem apenas um débito registrado.
Outro fato relevante é que no caso de onze partidos,
quase a totalidade, as dívidas são com o mesmo órgão federal: a
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Desde 1993, a PGFN é um
órgão de direção superior da Advocacia-Geral da União e suas atribuições
residem, principalmente, na representação da União em causas fiscais,
na cobrança judicial e administrativa dos créditos tributários e
não-tributários e no assessoramento e consultoria no âmbito do
Ministério da Fazenda. O único partido que não é devedor da PGFN é o
PDT, cujo credor é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
O Cadin é um banco de dados onde se encontram
registrados os nomes de pessoas físicas e jurídicas que possuem
pendências financeiras com algum órgão ou entidade federal. As
informações contidas no cadastro permitem à Administração Pública
Federal uniformizar os procedimentos relativos à concessão de crédito,
garantias, incentivos fiscais e financeiros, bem como à celebração de
convênios, acordos, ajustes ou contratos de modo a favorecer a gestão
seletiva dos recursos existentes.
Nas consultas ao Cadin não constam o valor do débito
com o órgão federal, considerado informação sigilosa. Entretanto,
somente podem ser inscritos devedores com valores acima de R$ 999,99. As
entidades com dívidas entre R$ 1 mil e R$ 9.999,99 são inscritas
conforme decisão dos credores. A inscrição para débitos de montante
superior a R$ 10 mil é obrigatória.
Os doze partidos foram procurados durante a tarde da
última quinta-feira (22) e todos tiveram o mesmo tempo para que pudessem
enviar as respostas ao Contas Abertas. Todavia, apenas cinco
agremiações políticas responderam os questionamentos. Todas as siglas
que entraram em contato com o Contas Abertas afirmaram já estarem
tomando providências para sair do cadastro.
No caso do PPS, segundo afirmou a assessoria de
imprensa do partido, as duas pendências se referem à processos
envolvendo diretórios estaduais e municipais, que utilizam o CNPJ do
diretório nacional e, ao que parece, não pagam. Questionada, a
assessoria afirmou que o partido não sofreu nenhuma restrição por estar
no Cadin.
A assessora jurídica do PSB, Vera Canfran, informou
que a dívida era relacionada a impostos e que a pendência já havia sido
paga, logo, o partido deve sair do Cadin até amanhã (30).
Já o PSDB informou que a inclusão no registro
aconteceu devido a uma multa do TSE contra propaganda eleitoral
antecipada. “No tumulto do período eleitoral e tendo em vista a
quantidade de processos por nós acompanhados, tal prazo transcorreu sem
pagamento”, afirmou a assessoria de imprensa.
No PTB, segundo informou o responsável pela
contabilidade do partido, Carlos Cesar, a dívida não era conhecida. O
sócio da Ativa Contabilidade, empresa que faz o balanço para a entidade,
explicou que não foi recebida nenhuma notificação sobre o débito.
A Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, que regula o
Cadin, afirma que é obrigatório o aviso ao devedor antes de adicioná-lo
no registro. “O Banco Central orienta que seja enviado um aviso no dia
da inclusão no cadastro, que não recebemos”, concluiu Cesar. Segundo a
consulta do Contas Abertas, a agremiação está no cadastro desde o dia 9
de setembro de 2010.
O PT do B fez alegações semelhantes. De acordo com a
assessoria de imprensa do partido “a Secretaria Geral do PT do B não tem
conhecimento do débito. “Foi retirada uma certidão no Ministério da
Fazenda e a dívida não consta”, afirmou. O débito está há mais de dois
anos no cadastro, tendo sido incluído na lista no dia 10 de março de
2009.
Fundo Partidário
Regulamentado pela Lei 9.096, o Fundo Partidário
repassa, a cada ano, uma determinada quantia aos partidos políticos
brasileiros com o objetivo de ajudá-los a se estruturarem e a promoverem
a divulgação de seus programas. Para receber os recursos, os partidos
são obrigados a prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, além de
seguir determinadas regras impostas por lei, dentre as quais não se
encontra a adimplência frente aos órgãos federais. Resultado: mesmo que
atrasem o pagamento de impostos, taxas e contribuições previdenciárias,
os partidos continuam recebendo dinheiro público. A soma dos recursos
recebidos pelas 12 siglas em 2011 passa dos R$ 122 milhões. (veja matéria)
Fonte: Contas Abertas (www.contasabertas.uol.com.br)
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30
set
2011
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